01/09/2008

DAVID FINCHER

David Fincher, aos 8 anos de idade, brincava com a câmera de seus pais. Em 1980 viu O Império Contra-Ataca de George Lucas. Esta experiência o fez olhar de outra maneira para o cinema e ajudou-o a encontrar o seu próprio estilo. Aos 18 anos, conseguiu um emprego na ILM - Industrial Light and Magic de George Lucas, onde trabalhou vários anos. Nesse período, participou da produção de O Retorno de Jedi (1983) e Indiana Jones e o Templo da Perdição (1984).

Deixou a ILM para trabalhar em publicidade, onde ganhou notoriedade ao dirigir um comercial para a American Cancer Society que mostrava um feto fumando um cigarro. Como renomado diretor de comerciais, trabalhou para marcas como Revlon, Nike, Pepsi e Sony, chamando a atenção dos produtores de Los Angeles que logo, fizeram-lhe uma proposta para dirigir o documentário The Beat of the Live Drum (1985).

O sucesso da MTV e a explosão dos video-clips, levaram o jovem diretor a investir no segmento e mais uma vez, seu trabalho foi reconhecido. Fincher passou a dirigir videoclipes de grandes artistas como Madonna, Aerosmith e os Rolling Stones. Seis de seus clips chegaram ao Top 100 da MTV em sua eleiçao dos 100 melhores do século 20.


Sua estréia cinematográfica deu-se com Alien 3 (1992), terceiro filme da série. Os filmes anteriores, Alien (direção: Ridley Scott) e Aliens (direção: James Cameron), foram grandes sucessos, consequentemente, colocando o diretor iniciante sob grande pressão.

Infelizmente, o filme não foi bem recebido pela crítica e nem pelos fãs da série. Esta má experiência fez com que Fincher retornasse para a publicidade e aos videoclipes.

O suspense Seven (1995), deu a Fincher a aclamação da crítica que ele precisava para se afirmar como realizador, possibilitando futuros projetos em Hollywood.

Seven foi um trabalho significativo na filmografia de David Fincher que participou de todas as etapas da produção, caracterizando o filme como um trabalho de artista.


A trama gira em torno de Nicholas (Michael Douglas), um magnata isensível e solitário que, em seu aniversário, ganha um estranho presente do irmão (Sean Penn): a participação em um jogo realista, sem controle, e sem a definição do que é ilusão e o que é realidade.
Há anos, o roteiro de Vidas em Jogo vinha passando de mão em mão e de estúdio para estúdio, até que o produtor Steve Golin, aterrisou na MGM e ofereceu a direção a Fincher. Atraído pela história cheia de reviravoltas, o diretor embarcou no projeto convocando o roteirista Andrew Walker (que havia trabalhado com ele em Seven) para tornar a trama mais densa e dar mais cinismo ao personagem de Michael Douglas. Em sua visão, o tema do filme é a perda do controle, pois o objetivo do jogo é transformar o jogador, obrigando-o a encarar o medo.
Assim nasce o Clube da Luta que, clandestinamente, ganha cada vez mais adeptos ansiosos por aliviar suas tensões na base da porrada. Com o tempo, o clube evolui, e passa a ter propósitos subversivos com extrema anarquia.


Apesar de toda polêmica e da fraca bilheteria (o filme não conseguiu reverter seus custos de produção nos cinemas), seu lançamento em DVD foi um estrondoso sucesso de vendas, situando Clube da Luta como um cult-movie.

A história se passa inteiramente dentro do casarão, sendo necessária a utilização de uma complicada engenharia para fotografar os ambientes claustrofóbicos. Para solucionar estes problemas, Fincher fez várias tomadas inteiramente em computação gráfica, criando planos-sequência em que a camera atravessa os diversos cômodos do casarão.


Cinco anos após O Quarto do Pânico, Fincher lançou Zodíaco (Zodiac, 2007), baseado nos livros de Robert Graysmith (interpretado por Jake Gyllenhaal) sobre o notório Assassino do Zodíaco, um "serial-killer" que aterrorizou São Francisco com uma sequência de crimes nas décadas de 60 e 70.

Além do escritor, o investigador David Toschi (Mark Ruffalo) e o repórter Paul Avery (Robert Downey Jr.), seguem as pista do criminoso que deixava códigos e mensagens cifradas. Porém, até hoje, sua identidade permanece desconhecida.

Quase todo filmado digitalmente, o filme teve seu lançamento adiado duas vezes, devido à recusa de Fincher em reeditá-lo para cortar vinte minutos de material a pedido dos produtores.


Durante a iminência da chegada do furacão Katrina, Caroline (Julia Ormond) lê em voz alta as passagens de um diário para sua mãe, Daisy (Cate Blanchett), doente terminal em seu leito de morte num hospital de Nova Orleans.

aaaaA primeira história seguia-se:

Sua vida rica em experiências é marcada pelos anos como marinheiro, pelo primeiro romance vivido com a solitária Elizabeth (Tilda Swinton) e pela eterna paixão por Daisy, seu grande amor desde a infância de circunstâncias incomuns, até sua morte como um bebê de alma idosa.

Produzido em parceria pela Paramount Pictures e pela Warner Brothers, o projeto foi rodado em locações na cidade de Nova Orleans, no Caribe, Montreal e em Los Angeles.
Sua fase de filmagem extendeu-se por quase um ano.

O orçamento estimado em US$ 150 milhões, foi em grande parte destinado aos efeitos especiais em computação gráfica que manipularam com perfeição a aparência de Pitt, e deram ao filme um visual que remete à obra do artista americano, Norman Rockwell.

Pela primeira vez, Fincher dirige um filme para todas as idades. Mas a pesar do grande elenco e da produção impecável, O Curioso Caso de Benjamin Button não foi bem recebido pela crítica e pelo público composto em sua maioria por fãs de Fitzgerald que não aprovaram a versão.


Mesmo assim, o filme rendeu US$ 330 milhões e recebeu 13 indicações ao Oscar, incluindo a primeira de Fincher como diretor. Foi premiado em três categorias técnicas: melhor direção de arte, maquiagem e efeitos especiais.


Em 2003, o analista de sistemas graduado em Harvard, Mark Zuckerberg, sentou-se diante de seu computador e começou a trabalhar em uma nova idéia. Seis anos e 500 milhões de amigos depois, Zuckerberg tornou-se o mais jovem bilionário da história com o sucesso da rede social virtual Facebook. No entanto, tal sucesso também trouxe muitas complicações em sua vida pessoal e profissional.

A história do nascimento do Facebook é o tema de A Rede Social (The Social Network, 2010), baseado no livro de não-ficção The Accidental Billionaires, escrito por Ben Mezrich em 2009. Sua linguagem narrativa original e diferenciada, apresenta-se mais como um documentário informal do que um filme biográfico, objetivo e envolvente, sem utilizar elementos extraordinários. Seu maior trunfo é a direção exata e competente de Fincher.

Assim como em Zodíaco, a abordagem do cineasta evita maneirismos e suas fórmulas visuais convêncionais. É imparcial, não retrata ninguém como herói ou vilão, nem tenta criar uma atmosfera romantizada da vida dos personagens, focando-se principalmente nos acontecimentos, bem enxuto e livre de sequências inúteis. Por isso que em muitos momentos, lembra um bom documentário, mesmo que informal.

Produzido por Scott Rudin, Kevin Spacey e Michael DeLuca, A Rede Social foi aclamado pela crítica e muito bem recebido nas bilheterias. Orçado em US$ 40 milhões, faturou mais de US$ 200 milhões pelo mundo e foi o filme mais rentável de 2010 nos Estados Unidos.