01/09/2008

JAMES CAMERON

O diretor e produtor James Francis Cameron é detentor de alguns recordes em sua carreira. Foi o primeiro a realizar uma produção com orçamento acima de US$ 100 milhões (True Lies, 1994), dobrando a façanha em 1997 com Titanic, que custou mais de US$ 200 milhões e atingiu um faturamento acima de US$ 1.8 bilhões.

Por doze anos, Titanic ocupou o posto de filme mais rentável da história do cinema, até ser superado por sua obra mais recente, Avatar (2009), que elevou os conceitos cinematográficos a um nível mais alto, alterando de vez a forma como os filmes serão vistos de agora em diante.


Depois disso, teve vários empregos, incluindo motorista de caminhão. Quando tinha tempo, escrevia, o que desenvolveu sua habilidade como roteirista.
Conseguiu emprego no estúdio de Roger Corman, onde fazia modelos em miniatura. Trabalhando em produções curtas e de baixo orçamento, Cameron adquiriu um método de trabalho eficiênte e tornou-se diretor de arte e técnico em efeitos especiais em produções como Fuga de Nova York (Escape From New York, 1981), dirigido por John Carpenter.

Cameron recorda que durante esta provação, tinha um pesadelo recorrente sobre um robô invisível que fôra enviado do futuro para matá-lo. Esta foi a semente do filme que, mais tarde, catapultou sua carreira.

O que a princípio, seria uma produção de baixo orçamento condenada ao esquecimento, tornou-se um clássico da ficção-científica e um enorme sucesso de bilheteria.

O estilo desenvolvido por Cameron em Terminator, também se fez presente em outros filmes. Seu rítmo ágil leva a platéia a sentir-se como numa montanha-russa, mas o diretor nega a existência do tal estilo Cameron.

"Nunca houve um estilo Cameron e acho que nunca haverá. O que há é um constante movimento de linguagem. Estou sempre em busca de alternativas que superem a percepção da emoção do público."
Originalmente, Arnold Schwarzenegger foi escalado para interpretar Reese, o guerrilheiro que volta ao passado para proteger Sarah Connor. Entretanto, após ler o roteiro, Schwarzenegger numa sábia decisão, preferiu o papel do exterminador por achar que o personagem é que era a estrela do filme apesar de ter apenas 17 falas.O Exterminador do Futuro teve três sequências: T2: O Julgamento Final (1991) - dirigido por Cameron - T3: A Rebelião das Máquinas (2003) e T4: Salvação (2009), que tem Christian Bale como John Connor.



Como um grande fã de Alien - O Oitavo Passageiro (Alien, 1979) de Ridley Scott, Cameron tinha interesse em criar uma sequência para a história de Ripley.
Um aspecto do ciclo alienígena ficou em aberto no filme de Ridley Scott: de onde vinham os ovos? Na edição final de Alien, Scott cortou a cena em que Ripley encontra Dallas e Brett em casulos que se transformariam em ovos, deixando de fora esta etapa da evolução das criaturas. Isso deu a Cameron a oportunidade de criar sua própria versão, adicionando uma "rainha" alienígena, capaz de gerar milhares de ovos.

Ansiosamente aguardado pelos fãs do filme de 1979, Aliens foi lançado em 1.500 salas de cinema americanas, mantendo-se no topo do circuito por 4 semanas.

Seu faturamento internacional nos cinemas chegou à casa dos US$ 131 milhões. Comparado aos outros filmes da série, foi o que teve mais sucesso. Os seguintes Alien 3 (1992, dirigido por David Fincher) e Alien - A Ressureição (1996), não tiveram a mesma repercussão.

Foi indicado para sete Oscars e venceu dois - efeitos sonoros e efeitos visuais. Sigourney Weaver foi indicada como melhor atriz, o que foi uma surpresa, pois a Academia nunca reconheceu um personagem de ficção-científica.

James Cameron teve a idéia para O Segredo do Abismo (The Abyss, 1989) após assistir à uma palestra sobre as tecnologias de mergulho profundo. Ele então escreveu uma história sobre um grupo de cientistas num laboratório submerso, mais tarde alterando para trabalhadores comuns, que como operadores de uma plataforma, estraem minério das profundezas.

No elenco, Ed Harris, Mary Elizabeth Mastrantonio e Michael Biehn, que trabalha com Cameron pela terceira vez.

O Segredo do Abismo foi rodado no tanque de contenção da inacaba usina nuclear de Cherokee. Foram necessários 26.5 milhões de litros de água para encher o tanque à uma profundidade de 12 metros, o que dez dele, o maior set de filmagem submerso da história do cinema.

Os executivos do estúdio estavam muito preocupados com as perspectivas para o filme após audiências de pré-estréia rirem durante algumas cenas que deveriam ser dramáticas.


Desde o sucesso de O Exterminador do Futuro, haviam planos para uma sequência da história de Sarah Connor e sua luta contra as máquinas assassinas. Apesar de Cameron já ter um pré-roteiro escrito e Schwarzenegger mostrar-se interessado em voltar ao papel, várias disputas sobre os direitos da história impediam a realização do projeto.

Após adiquirir os direitos da sequência, a Carolco Pictures iniciou a produção de O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (Terminator 2: Judgment Day, 1991).

Este avançado modelo de exterminador fazia parte do primeiro filme, mas foi cortado devido às limitações dos efeitos especiais da época para produzir o personagem adequadamente. Os avanços na área da computação gráfica desenvolvidos pela Industrial Light & Magic, utilizados nas criaturas aquáticas de O Segredo do Abismo, convenceram o diretor de que isso agora seria possível.

Após assegurar o ainda garoto John Connor (Edward Furlong), os dois partem para o resgate de Sarah (Linda Hamilton), presa numa instituição para doentes mentais.

Perseguidos pelo impiedoso T-1000, o trio tenta alterar o futuro ao impedir o desenvolvimento da tecnologia que resultará na geração das máquinas inteligentes responsáveis pelo holocausto nuclear que dizimou a humanidade.


Na primeira, uma funcionária da Cyberdyne Systems exibe um vídeo sobre as inovações da empresa. Em seguida, fornece óculos especiais para visualização em três dimensões e encaminha o público para dentro do teatro onde atores interagem com o filme em 3D.


Três anos depois, True Lies (1994), uma espetacular comédia de ação, chegou aos cinemas reunindo pela terceira e última vez a dupla James Cameron e Arnold Schwarzenegger.

Insatisfeita com a monotonia de sua vida, Helen deixa-se envolver por Simon (Bill Paxton), um malandro vendedor de carros usados que engana as mulheres fingindo ser um espião internacional numa perigosa missão.
As eletrizantes cenas de ação de True Lies foram feitas pelos próprios atores e contaram com o apoio da Marinha Americana, que forneceu (pela bagatela de US$ 100 mil) os dois caças Harrier que numa sequência espetacular, explodem a ponte Seven Mile para deter os terroristas.

"Estou sempre forçando os limites da minha zona de segurança. Quando assisto a outros filmes do genêro, o que menos me impressiona são as extravagantes sequências de ação, repletas de pirotecnias e computação gráfica pois elas são relativamente fáceis de se produzir. Dão muito trabalho, custam caro mas não são tão difíceis, pois no final, elas são o que são. Tem seu estilo e visual próprio."

"Nesses casos, o que me chama a atenção é a eficiência do cineasta ao usar recursos visuais para estabelecer uma conexão entre os personagens e a platéia."
Cameron planejava fazer uma sequência, mas desistiu após os atentados de 11 de setembro, declarando na época que "hoje em dia, terrorismo não é motivo de piada.".

Após captar de forma tão realista essas imagens, Cameron se deu conta que o restante da produção deveria ter o mesmo padrão de qualidade, transformando Titanic (1997) numa mega-produção inicialmente orçada em US$ 130 milhões (em parceria com a Paramount Pictures) que ao final, chegou à casa dos US$ 200 milhões.

Cerca de 500 tomadas foram finalizadas em computação gráfica. A cena de Jack e Rose na proa do navio foi filmada com uma tela verde de fundo e combinada com um pôr-do-sol real, filmado separadamente. Com a camera em movimento, a cena termina com uma lenta fusão da proa ao pôr-do-sol, para a proa submersa.


A maior bilheteria na história do cinema americano.

Titanic faturou mais de US$ 1.8 bilhão, superando os US$ 920 milhões do até então recordista, Jurassic Park (1993) de Steven Spielberg, tornando-se o primeiro filme a atingir a marca de US$ 1 bilhão nas bilheterias.

Após o sucesso comercial, vieram as premiações:

Recebeu 14 indicações ao Oscar (igualando-se a A Malvada, 1950), das quais venceu onze (apenas Ben-Hur - 1959, e O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei - 2003, chegaram a tanto) incluindo melhor filme e diretor para James Cameron. Também foi aclamado no Globo de Ouro, vencendo quatro prêmios (novamente, melhor filme e diretor) de um total de oito indicações. Além desses, foi amplamente premiado em diversos festivais pelo mundo.

Por tudo isso, Titanic mantém-se até hoje, como o maior feito do cinema mundial. Depois dele, mais de uma década se passaria até o próximo filme de James Cameron.


Após mais de uma década de experiências em busca do aperfeiçoamento da tecnologia 3D e da otimização da filmagem em “performance capture”, o diretor lança uma obra que pretende mudar o modo como assistimos um filme.

O enredo do filme faz várias referências à temas contemporâneos, como consciência ecológica, o uso do poder bélico em objetivos comerciais, e até uma citação subliminar ao 11 de setembro. Além disso, lembra a história da índia Pocahontas no descobrimento do Novo Mundo.

No ano 2154, o ex-fuzileiro Jake Sully, recebe a missão de se infiltrar na tribo dos Na’vis, nativos do planeta Pandora, fonte do mineral unobitainium, um material que pode resolver a crise energética da Terra no século XXII. Mais uma vez, Cameron usa o interesse econômico das grandes corporações como o vilão do filme. Jake é um soldado mercenário e trabalha para uma empresa militar privada.

Como o planeta possui uma atmosfera tóxica aos humanos, a empresa desenvolveu os avatares, criaturas idênticas aos Na’vis, controladas mentalmente pelos humanos.

Através de seu avatar, Jake penetra na tribo, apaixona-se pela filha do chefe, e descobre a importância de preservar a natureza e os bons sentimentos. Assim, o típico herói americano se volta contra os ideais de seu povo e passa a lutar junto aos nobres alienígenas.

Essa inversão da moral merece destaque no que se refere a superproduções de Hollywood. É como se Cameron estivesse fazendo um mea-culpa em nome dos americanos em geral pelo mal que causaram à natureza e pela dominação militar sobre outros povos.

Avatar reinventa o cinema de entretenimento através da animação digital e da tecnologia 3D, dando vida a uma aventura espacial antes impossível de ser realizada sem estes novos recursos. A ideia era encontrar uma forma de envolver o espectador de maneira intensa.

O resultado foi mais que compensador: o planeta Pandora explode diante de nossos olhos em todos os cantos do que um dia foi uma tela plana.